Combinação cara e fatal
Dez meses depois da entrada em vigor da Lei Seca, ocorreu uma redução significativa de mortes nas vias do DF, que foi comemorado pelo Detran
Os acidentes de trânsito são a terceira causa de óbito no Brasil, representando um grave problema de saúde pública. Não só pelo número de mortes e pelas sequelas deixadas, mas, também, pelos custos diretos e indiretos que causam à sociedade.
Alethea Muniz, assessora de comunicação do Ministério da Saúde, conta que em 2007 os acidentes de trânsito tiraram a vida de 36.465 pessoas em todo o país. O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) estima que os gastos totais com o atendimento médico-hospitalar, internações, cirurgias, tratamentos das vítimas de acidentes de trânsito custam ao SUS cerca de R$ 5 bilhões por ano. Isso significa que, em cada redução de 10% do número de vítimas, o Ministério da Saúde estaria economizando o equivalente a R$ 500 milhões.
Grande parte dos acidentes de trânsito ocorridos no Brasil é consequência direta da embriaguez ao volante. Há evidências diárias de que o consumo de bebidas alcoólicas e trânsito não combinam. Existe o mito de que a ingestão de álcool em pequenas doses não altera as condições mentais das pessoas. Às vezes uma pequena dose pode ter efeito idêntico ao da ingestão de uma grande dosagem alcoólica. Independentemente de algumas pessoas se tornarem mais alegres ou comunicativas, em geral, quando bebe, ninguém pode prever com precisão seu comportamento.
É comum as pessoas acreditarem que as bebidas alcoólicas são estimulantes. Na verdade, essa sensação estimulante provocada pelo álcool nada mais é que a diminuição da inibição. A psicóloga clínica Fabiana Cassimiro explica que o álcool é uma droga que traz sensações prazerosas e elimina temporariamente as sensações de desconforto, levando as pessoas a beber cada vez mais.
De fato, quando ingerido em grande quantidade, o álcool induz ao sono. Há uma diminuição da resposta aos estímulos, dificuldade de manter o equilíbrio, atenção e capacidade de julgamento prejudicadas, tornando o indivíduo mais vulnerável. Esses fatores causam a diminuição da capacidade de realização de tarefas mais complexas, como conduzir um veículo. “A percepção das situações no trânsito fica alterada, fazendo com que tudo pareça mais lento. No entanto, quem está mais lento é o motorista alcoolizado, pois o trânsito continua fluindo da mesma forma”, comenta a psicóloga.
TAÍS CALADO
[email protected] Redação Jornal Coletivo
Participação da Psicóloga Fabiana Cassimiro Santos Lobo – em 02/05/2009.
Retirado do link: http://coletivo.maiscomunidade.com/conteudo/2009-05-02/cidades/1518/COMBINACAO+CARA+E+FATAL.pnhtml